O flúor na água é seguro ou perigoso? Entenda o que diz a ciência sobre essa prática comum no Brasil e descubra se o alerta contra o flúor faz sentido.
A presença de flúor na água tratada é uma medida obrigatória no Brasil desde 1974, recomendada pela OMS e regulada pela Anvisa, com o objetivo de fortalecer o esmalte dos dentes e prevenir cáries. O flúor age diretamente na estrutura dentária, tornando os cristais de cálcio e fósforo mais resistentes à ação de ácidos presentes em alimentos e bactérias. No entanto, o mineral virou alvo de polêmicas, com alegações de que poderia causar fluorose, doenças ósseas, problemas neurológicos e até prejuízos no desenvolvimento infantil. Essas preocupações, embora baseadas em estudos reais, referem-se a regiões com altos níveis naturais de flúor, como China, Índia e México, onde a concentração ultrapassa os 6 mg/L — muito acima do limite seguro de 1,5 mg/L. No Brasil, análises como as realizadas pela USP em São Paulo e João Pessoa revelam níveis médios entre 0,6 e 0,8 mg/L, considerados seguros e eficazes. Países que não adicionam flúor na água, como Chile e Suíça, utilizam outras estratégias como flúor no leite ou no sal, visando alcançar populações de áreas mais isoladas. A ciência mostra que a fluoretação da água é uma das principais conquistas da saúde pública, com excelente custo-benefício: para cada real investido, estima-se uma economia de até R$550 em tratamentos odontológicos. Retirar o flúor da água, como chegou a propor Donald Trump nos EUA, ignora décadas de evidências científicas. Ao invés de eliminar o flúor, a prioridade deve ser ampliar o acesso à higiene bucal de qualidade, garantindo proteção a quem mais precisa.